Ange de Lumière

E sob a luz da lua, ela se depara com ela mesma e vive os seus maiores segredos. Ela começa a chorar, mas dentro de si uma luz se acende. Ao olhar a própria luz, ela se sente mais calma e mais segura, começa a sentir que é capaz.
Capaz de conseguir conquistar os seus objetivos, seus sonhos são grandes, tão grandes que chegam a ser do tamanho da imensidão de um céu, mas do que adianta tentar não poder voar, se o sentimento de voar é tão bom.
Veja os pássaros, eles são tão lindos e tão admirados por causa de sua capacidade de voar, que poderiam ser os mais belos animais do planeta, ou não?
Os pássaros voam, se sentem livres ao voar, ela sabe que pode conseguir voar. Ela sabe que se lutar, e tiver determinação, ela pode voar.
Sonhar é tão bom, mas deve ser melhor quando se consegue transformar o sonho em realidade - ela diz a si mesma.
É por isso que eu vou, vou ter coragem, porque sei que eu posso, eu consigo, é só não me distrair do caminho - ela promete a si mesma.
Só espero que quem leia esse texto, se sinta tão corajoso e sonhador quanto ela, porque quem sonha, ao lutar, consegue.

Existem momentos dos quais sei que não irei esquecer, existem sonhos que não se podem negar, existem males que vem para o bem, mas acima de tudo, existe o rancor de uma dúvida que não se pode apagar.

Tudo na vida tem um preço e o preço que paguei tornou-se alto demais para depois saber que o que comprei não era meu. Se era tudo uma farsa programada de um assassino cruel e sem piedade, porque achei que o assassino me fazia bem? Porque me deixei levar pela farsa? Porque a agonia invade meu peito e me deixa conturbada?

Um assassino cruel, por ter me feito achar que um dia gostou de mim para que eu caísse em sua rede de mentiras. Mas o que ele ganhou fazendo isso? Eu sou um ser como qualquer outro que existe no mundo, então porque eu? Meus sonhos e minhas palavras fizeram o assassino se atrair por mim?

Uma história louca, que terminou com um final louco. Quem poderia dizer que eu também seria uma assassina? Assassinos porque matamos os corações que não são nossos. Assassinos, mas não sanguinários, afinal não matei pelo simples prazer de matar, acabei matando o coração de outro por não saber cuidar, por deixá-lo morrer.

Perdão, caro assassino. Perdão, por não ter entendido que também me tornei uma assassina, por não ter entendido que pessoas frias acabam, um dia, amando. Mas principalmente, perdão, por ainda amar você.

Olho-me no espelho e não sei quem sou, vejo apenas um rosto em um espelho, um rosto vago e de olhar inexpressivo queria poder ser uma heroína queria me ver assim e parar de me olhar como se fosse um nada. Será que eu sou apenas este pouco que consigo ver? Será que ninguém consegue me ver diferente? Será que não sou especial para ninguém?

Em alguns momentos penso em sumir, ficar dispersa numa escuridão, ou simplesmente morrer para ir a um lugar que todos chamam de “paraíso” encontrar Deus e perguntar o porquê de parecer tão vazia, qual a necessidade de me tornarem tão perversa? Porque ninguém enxerga que eu estou só? Será que ninguém vê que eu estou gritando por socorro?

Cada momento que eu tento me encontrar eu me perco muito mais, eu tento mudar mais parece que nada é visível. Até as pessoas em que mais me encontro me parecem sempre estarem distante, por mais perto que possam estar.

Deus porque me deixastes assim? Acalma minha alma e meus pensamentos, meus pobres cavalos selvagens que não consigo domá-los só. Ajuda-me a me encontrar, daí me uma esperança! Mostra-me que não estou só! Deixe-me ser livre como um pássaro deixa minha alma voar e se encontrar, esclarecer o que precisa para eu poder me encontrar.

Ilumine meus passos, clareia minha mente, guia-me em meio à escuridão, me protege do frio. Não me abandonas, nem deixa os que me encontram estarem tão distantes, não quero travar uma guerra em vão, pois não tenho forças para lutar só, arma meu exército com os mais belos sentimentos e cria minhas fortalezas onde eu possa encontrar.

O que fazer quando não se tem nada a fazer? Quando não se pode esconder que a emoção e a razão causam uma extrema confusão. É uma emoção cega, adormecida, confundida devido as inúmeras oportunidades, escolhas e caminhos que já se passaram depois de um tudo, e que são precedidas de um nada.

Tenho medo de não saber escolher, de não poder entender que tudo me lembra você, entre a escolha da virtualidade e a incerteza da realidade, vou caminhando lentamente para o futuro próximo que da mesma forma que me confunde e atormenta me traz segurança e força plena.

Sei que amo, e sei a quem amo, mas o que fazer quando o seu coração às vezes se vê confuso entre o passado e o presente? Prefiro ter meu presente, pois o que se passou, passou e as lembranças do meu passado feliz serão eternamente lembradas enquanto os momentos do meu presente nostálgico me trazem borbulhas de amor.

Mas cada um faz uma escolha diferente na vida, não podemos escolher pelas lembranças de quem conta, só se sabe da escolha quem possui o dom da vida, só se sabe escolher quando se vive a situação e sente o maior sentimento que se passa na mente dos que vivenciam as emoções. E se um dia o meu presente passar? Sinto informar, mas se o meu presente passar, este já não será mais presente e sim um doce e belo passado que os muitos outros de minha vida me trouxeram experiências com as quais aprendi as maiores lições de uma vida sem direções certas.

Vida mutável e impermeável, vida esta que se escolhe e se quer, mas nem tudo que se quer se pode ter, vida, doce vida que com os meus passados e presentes me dão a certeza para tornar-me alguém melhor.